Sarcopénia

Ao longo dos anos a definição de sarcopénia tem sofrido várias alterações. Atualmente a definição mais consensual é a dada pela European Working Group on Sarcopenia in Older People (EWGSOP), “Sarcopénia é uma síndrome caracterizada pela perda progressiva e generalizada de massa muscular e força, com possíveis efeitos adversos, tais como, incapacidade física, redução da qualidade de vida e aumento da mortalidade.”

Estudos recentes apontam que a sarcopénia nos 60 e 70 anos de idade, tem uma prevalência de 5% e 13%, respetivamente, sendo estimado que afete atualmente mais de 50 milhões de pessoas e que irá afetar mais de 200 milhões nos próximos 40 anos a nível mundial. (Santilli, Bernetti, Mangone, & Paoloni, 2014)

Classificação

A sarcopénia pode ser classificada de acordo com a fase em que se encontra, tendo atualmente definidas três fases diferentes: (Bosaeus & Rothenberg, 2016)

  • pré sarcopénia (apenas redução da massa muscular);
  • sarcopénia (redução de massa muscular e força ou performance);
  • sarcopénia severa (baixa massa muscular, força e performance).

Como se desenvolve?

Com o decorrer do envelhecimento há uma perda de fibras musculares lentas e rápidas, sendo que as fibras musculares do tipo I (aeróbicas, de contração lenta) mostram-se mais resistentes ao processo, enquanto as fibras do tipo II (anaeróbicas, de contração rápida) sofrem uma redução de 20% a 50 %.

Fatores de risco

Os fatores predisponentes relacionados com a sarcopénia definidos por vários autores são:

  • idade;
  • inatividade física;
  • má nutrição;
  • obesidade;
  • medicação;
  • osteoporose;
  • diabetes tipo II;
  • menopausa;
  • o baixo nível de vitamina D;
  • elevado nível da hormona paratiroide.

(Naseeb Manal & Volpe Stella, 2017)

Principais sintomas?

Estudos demonstram que a sarcopénia no sexo masculino apresenta maior limitação na mobilidade, autocuidados, atividades da vida diária (AVD’s) e aumento da dor/desconforto. E no sexo feminino encontram-se maiores limitações na mobilidade, autocuidados, AVD’s e aumento da ansiedade/depressão.

Como evitar a perda de massa muscular

  1. Alimentação adequada: certifique-se que está a consumir uma dieta equilibrada, com proteínas suficientes para ajudar na reparação e crescimento muscular, que pode encontrar na carne, no peixe e ovos, assim como hidratos de carbono de boa qualidade como o arroz, batata-doce e frutas. Evite fumar e beber álcool.
  2. Exercício de resistência: inclua exercícios de carga ou peso corporal para aumentar a força e massa muscular.
  3. Descanso adequado: dormir entre 7 a 9 horas por noite e ter dias de descanso entre treinos para permitir uma melhor recuperação muscular.
  4. Hidratação adequada: importante para manter boa flexibilidade e viscosidade muscular de modo a prevenir lesões.
  5. Evitar o stress excessivo: despenda tempo para relaxar e recuperar do stress diário com atividades que goste.
  6. Consultar um Fisioterapeuta: se está preocupado com a perda de força nas atividades diárias, consulte um fisioterapeuta para obter uma melhor orientação acerca do melhor caminho a fazer.

Papel da Fisioterapia

A fisioterapia pode desempenhar um papel importante na prevenção da sarcopénia, uma vez que o exercício físico regular, específico e adaptado para cada pessoa ajuda a manter ou aumentar a massa muscular, através da prescrição de exercícios que visam o fortalecimento muscular, o equilíbrio, a coordenação motora e a flexibilidade.

Um fisioterapeuta pode ajudar a tratar a dor que possa estar a interferir com a capacidade da pessoa se movimentar e realizar exercício, através de terapias manuais e exercícios terapêuticos específicos para a condição.


Vasco Oliveira, Fisioterapeuta, Cédula Profissional nº2240